sexta-feira, 30 de novembro de 2012

HÁ NTELECTUALIDADE NOS TOCOISTAS ?


Cá estamos novamente, e desta vez abordando um tema que por sinal é crucial para a vida dos Tocoistas e do futura na humanidade. Trata-se da Intelectualidade evidenciada, bem ou mal pelos Tocoistas. Daí, a nossa preocupação em querermos saber que uso os Tocoistas fazem do seu intelec-to na sociedade contemporanea.

Simão Toco está na origem do saber caracteristicamente Tocoista e do pensamento racional destes, muito particularmente dos Mancebos, dos Anciãos e dos Anciãos e Conselheiros da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo relembrada em África em 25 de Julho de 1949. Pois, bem sabemos que através dos ensinos e anúncios de Simão Toco e por via do Vaticinio, os Tocoistas no periodo colonial alcançaram mentes iluminadas e  assimilaram valores de perfeição social baseados na espiritualidade, na solidariedade, no amor, na humildade, na generosidade, no humanismo, etc, valores estes que os distinguiam dos demais cidadãos do mundo.

É deste tema de extrema importância para a vitalidade dos Tocoistas e da humanidade que vamos procurar perscrutar os seus meandros, para ver se de lá podemos sacar aquilo que cons-titui a singularidade dos Tocoistas na humanidade resultante da «relembrança» de que tanto apregoam. Esperamos que as questões aqui levantadas sirvam de luz e ilumi-nem a mente de quem ainda não bebeu da fonte, de modo a produzir resultados que justifi-quem a sua condição de «ungido do Senhor». Bem haja e boa leitura.

Guardam bem esta tradição da vossa verdadeira religião que estará sempre em contradição com todas as demais tradicões.

- Espirito Santo -




INTELECTUALIDADE  TOCOÍSTA

Por: Neves Alvaro, M. Nzila, Dulce Capela e Paracleto Mumbela



1. Quem é o intelectual no Tocoísmo?

Intelectual Tocoísta, é aquela pessoa que para além de ter passado numa escola e adquirido conhecimentos científicos e o título académico de Licenciado, Mestre ou Doutor, passou igualmente pelas Instituições de Ensino Tocoísta que lhe conferiram o título de aquisição de saber Tocoísta, nas categorias de Mancebo, Ancião e de Ancião e ConselheiroPartindo do pressuposto de que quem confere o status de «Intelectual» a pessoa são as Instituições de Ensino Superior, ele deve possuir duplo conhecimento: o conhecimento científico e o conhecimento espiritual Tocoísta. Estes dois saberes devem ser dominados por um intelectual TocoístaOlhando para a história do Tocoísmo, podemos ver que até o surgimento da Direcção da Juventude Tocoísta em Janeiro de 1974 em Luanda, um número considerável de Tocoístas já possuíam o 5º ano ou um nível de escolaridade elevado e os mesmos deviam entrar em acção em prol do desenvolvimento da Igreja. Mas eles entraram em conflito com os Anciãos da Igreja e muitos decidiram abandonar o Tocoísmo por considerarem-no uma religião de analfabetos e de muitas interdiçõesEstes Tocoístas, por não possuírem fundamentos sólidos sobre o Tocoísmo, e não ancorarem o seu conhecimento Tocoista ao conhecimento adquirido, confundiram a intelectualidade académica, com o estatuto que deviam ter no seio da Igreja, ou seja, quiseram transportar o seu status de intelectual dentro da Igreja, em relação ao estatuto religioso que deviam ter aí. E o conflito de status resultante da falta de lucidez destes irmãos Tocoístas, produziu o conflito que temos hoje na Igreja.

2. Intelectualidade Tocoísta

Entende-se por intelectualidade Tocoísta, ao conjunto das faculdades e habilidades intelectuais que se pode apreender dos Tocoistas, detentores de um certo tipo saber que resulta do uso do seu  intelecto.

Ser intelectual Tocoísta implica necessariamente fazer uso do seu intelecto para pensar, reflectir, analisar e estudar as concepções, fenómenos e acontecimentos do seu tempo, a fim de encontrar soluções compactíveis com os propósitos de Deus para si e para a humanidade. Este saber do Tocoísta é conferido nas Instituições de Ensino académico e Tocoísta. Normalmente, o intelectual é alguém que é definido pelo meio social em que está inserido, que o distingue como alguém que está ligado a prática cientifica e académica (Instituições do Ensino Superior) e que é portador de uma autoridade científica. O seu saber tecnico-cientifico, opõe-se ao saber não tecnico e não cientifico. E tem uma relação privilejada com o poder e relaciona-se com a sociedade através do seu status de intelectual.


Mas pergunta-se com naturalidade: Como o Tocoista usa o seu intelecto (sua mente)? Quando e como o usa? E para que serve o intelecto dos Tocoistas? Que importância social e colectivo tem este intelecto?


Intelectuais no Coro de Kibokolo



A partir do Coro de Kibokolo, vamos encontrar cerca de uma dezena de intelectuais, a saber:

1.    Domingos Afonso Nzila Pereira, de todos, era o único depois de Simão Toco, que se formara em Angola e que melhor dominava a língua portuguesa;
2.    João Mankoka que depois desistiu do Tocoísmo e aderiu as Testemun-has de Jeová.
3.    Pedro Ntumissungu Cardoso;
4.    Andre Moni Dungu Dongosi,
5.    Daniel Araujo Mfinda;
6.    Domingos Kibeta;
7.    Luvualu David;
8.    Paulo Dondão;
9.    Humberto Fwas Macaya
10. Pedro Mumbela
11. Kiala Squarto
12. Simão Lokoki, etc. 

Mas depois dos desterros, surge uma leva de jovens, filhos de Ngunga Ngele em Luanda e no Vale do Loge que ingressaram na vida militar em finais de 1950 e que terminaram o seu serviço militar já nos anos de 1960/63 que fixaram residencia em Luanda e Ntaya, cuja acção exercida pouco sabe-se.

4. A literância na Igreja

Houve Vates, Sacerdotes e Pombos na Igreja. Ora pergunta-se:

Quem escreveu os seus feitos e memórias? Quem pensou na altura em ir entrevistar um Sacerdote, um Pombo ou um Vate? Que Sacerdote ou Pombo deixou escrito o que fez durante a sua missão? Quem é o Vate que preocupou-se em anotar os seus sonhos e visões? Qual é o Tabernaculo que registou na íntegra as varias mensagens que o Espirito Santo vinha deixando na Igreja por intermédio dos Mensageiros de Deus? Qual é o Tabernaculo que detêm um grande arquivo das visões que os membros foram tendo ao longo da acção eclesiástica da Igreja? 

É certo que o número de Tocoistas que assim procederam é extremamente reduzido. E tirando o arquivo do Vale do Loge que subiu para Kinshasa e de Kinshasa para Ntaya, apenas temos o arquivo pessoal do Dirigente, parte dos registos feitos em Benguela, Luanda e Ntaya. Onde estão os outros arquivos do Tocoismo?

Em Luanda, uma parte deste arquivo está com os irmãos da ex-Cúpula que estão no Golf, onde os Anciãos Simão Kibeta e Samuel Mambu Domingos são os que melhor dominam o seu conteúdo, mas que não o divulgam para o «A bem da Igreja», principalmente o arquivo audio e video resultante das acções religiosas e não só do Dirigente. Resta saber como este arquivo está nas demais Províncias, com excepção de Benguela.

Os arquivos recolhidos pelo Governo colonial Português, é um acervo fiel e importantissimo e de igual modo, na base dos estudos do Dr Ruy Blanes e da Cléria Fereira, já começaram a ser recolhidos. Por sua vez, a Nova Esperança Tocoista vem publicando parte do material que já pode recolher, priorizando numa primeira fase os anúncios, profecias do Dirigente, suas orientações, directrizes e os depoimentos e biografias dos Anciãos construtores do Tocoismo.


INTELLIGENTSIA TOCOÍSTA


Por: Neves Alvaro



Segundo a Wikipedia, falar de intelligentsia  ou  intelligentzia em ciências sociais, refere-se “a uma  categoria  ou  grupo de pessoas distintas do resto da sociedade, por sua educação e atitudes progressivas, engajadas em trabalho intelectual complexo e criativo, direcionado ao desenvolvimento e dissemi nação da cultura, abrangendo  trabalhadores  intelectuais.

 Pensadores sobre o Tocoismo


No caso Tocoísta, refere-se ao conjunto de pensadores com mentes iluminadas, dedicados em actividades intelectuais, capazes de fornecerem uma visão compreensiva do mundo (ideal Tocoísta), visando a purificação da Igreja, a disseminação da ideologia e do saber Tocoísta, bem como a reconstrução da sociedade em que estão inseridos, tendo como base edificadores, os valores espirituais emanados por Deus, a saber, a espiritualidade, o humanismo, a solidariedade, a humildade,o amor etc.

Daí a intelligentsia Tocoista ser um movimento de intelectuais, que possuem atitudes criativas, amantes da verdade e dos valores legados por Simão Toco à humanidade,  oponde-se deste mo-do a imobilidade e irracionalidade actualmente evidenciadas pelos Tocoistas.

Constituição da «intelligentsia Tocoista»

Este movimento está constituído por vários Intelectuais Tocoistas e não só, mas que por ora trabalham isoladamente, estando  na  forja  a  criação  pela Nova Esperança Tocoista, do MLT: Movimento Literário Tocoista, que visa tão somente aglotinar todas ideias e sinergias tendentes a harmonizar as acções racionais desenvolvidas pelos Tocoistas na sociedade. Pelos seus feitos e empenho em prol do conhecimento e divulgação da essência do Tocoismo, é indiscutivel que o GCNET-Grupo Nova Esperança Tocoista adstrita a Direcção - 12 Mais Velhos, está na vanguarda deste movimento de Intelectuais Tocoistas, mas fazem parte dele os Escritores Tocoistas, incluindo a emergente Editoria Mumbeliana, os investigadores sociais, os estudantes universitários que defendem suas teses sobre o Tocoismo, dentre outros produtores intelectuais.


      ACÇÃO RACIONAL DOS TOCOÍSTAS E ELEMENTOS 

QUE A CARACTERIZAM


1. Génese da racionalidade Tocoista

O Tocoísmo tem a sua essência a partir do Espírito Santo, através da acção de Simão Toco no Coro de Kibokolo. E o pensamento racional dos Tocoístas começa logo em Simão Toco, pensamento este que os Tocoístas vão ser imitadores, onde Toco passa a ser o elemento modelo para todo Tocoísta.


Simão Toco foi o maior pensador de todos os tempos. Não só pelo facto de ser profeta, mas também porque soube evidenciar o seu factor criativo enquanto homem. Há que se distinguir aqui o Simão Toco profeta, do Simão Toco homem criativo. Como homem criativo, Simão Toco foi o primeiro angolano que trocou a sua vida em defesa da liberdade para o seu povo. Foi o homem que negou as regalias que o mundo lhe oferecia, porque no período colonial, ele admirou muita gente e foi considerado como o primeiro angolano de expressão Kikongo (Zombo) que veio à Luanda frequentar o Liceu, isto é, o primeiro intelectual Zombo do país.

2. Pensamento racional de Toco

O pensamento racional de Simão Toco inicia logo de infância, pois, nessa altura ele já tinha a noção de que o seu povo sofria, de que o país estava sendo colonizado e que precisava de ser liberto. No periodo de 1931/34, nenhum intelectual angolano no Liceu, seja ele Pastor, Reverendo ou não, tinha este pensamento humanista. A evidência deste facto pode ser encontrado em 1934, quando Simão Toco diz à Agostinho Neto e ao seu pai, de que: “tu futuramente serás o Presidente de Angola e hás de ser um grande homem, temido por todas as nações”.

Quem é este angolano, que numa altura desta teria o pensamento de que o preto um dia governaria em Angola? Só poderia ser Simão Toco. E ele era dono dos seus pensamentos e das suas palavras. Basta ver que ele conservou este discurso sobre Neto ao longo de cinco décadas, e até 1982 o mesmo não saiu da sua boca. Não obstante a Intuição Divina tenha influenciado a sua mente, mas Simão Toco era dono dos seus pensamentos e palavras.

O negro que nos anos de 1930/40 ganhava 200 escudos era alguém bem pago. Mas Simão Toco em 1943 pediu que lhe fosse aumentado mais 400 escudos (A média para o indígena era de 15 escudos). Foi apenas um argumento para criar a ruptura com os Missionários. Pois, ele sabia que aquele dinheiro não era a sua ambição. E também estando descontente com os Missionários, muito bem poderia trocar a profissão de professor da Missão Baptista para professor do Estado Português. Com o seu grau académico, ele tinha todas as aberturas em suas mãos, pois, como professor do Posto, tinha uma vida cheia de oportunidades a seu dispor. Mas ele preferiu trocar a sua boa vida e melhores condições sociais (seu status de assimilado), pela pobreza.

Naquele tempo, para os outros seria a irracionalidade, mas hoje podemos ver que esta atitude de Toco, reflecte a racionalidade de alguém que tinha uma visão futurista e que agia em função da materialização do seu pensamento. Todos os intelectuais do seu tempo e que passaram nos Liceus, nas Escolas Comerciais e Industriais, depois de formados, assimilaram-se, perdendo a sua autonomia mental. E Simão Toco foi o único destes intelectuais daquele tempo que não buscou prestígio social desta formação e bens materiais que resultassem do seu status de assimilado.

Ele não deixou-se assimilar como os demais, que se tornaram brancos na mente e pretos na cor da pele, e que não admitiram a ruptura com o status adquirido com a formação académica, conformando-se com a colonização religiosa (espiritual), cultural, económica e política, por causa dos bens materiais.

Simão Toco sempre agiu, sentiu e pensou em prol da dor do seu povo. O sentimento humanista de queestava dotado, concedeu-lhe a possibilidade de conhecer o sentido humano da vida.

E quantos intelectuais daquele tempo formados pelas Missões não agiram como Toco?

Muitos, senão mesmo nenhum. Estes não agiram como Toco, porque os bens materiais falaram mais alto, como hoje continuam falando mais alto. Este foi o maior problema destes intelectuais, que muitos deles só despertaram após a febre do nacionalismo do pós segunda guerra mundial no âmbito do processo de descolonização desencadeado pelas potências coloniais ocidentais sob pressão da ONU.

Basta vermos quantos Tocoístas intelectuais hoje estão se esforçando em resgatar o Tocoísmo? (veja a caixa ao lado).

Chega um período (1943) em que Simão Toco escreve a sua Carta Aberta aos Missionários Baptistas do Bembe, onde expõe as suas posições e o seu sentimento de dor (pág. 64). E quando ele fala de que “cheira mal e sente-se apodrecer…”, ele não falava de si, visto que não se encontrava nestas condições sociais, mas referia-se da pobreza das populações autóctones, da miséria, do sofrimento, dos castigos e torturas que assistia na sociedade daquele tempo. Ele não se contentava com estas praticas coloniais, pois, foi visível que a Missionação Católica e Protestante estavam ao serviço da colonização.

Nesta altura, a ideologia colonial teve como grande suporte, a ideologia que a Igreja Cristã inculcava na mente dos seus fiéis negros, servindo de uma poderosa máquina ideológica e de socialização do negro para a colonização e a aculturação. Esta acção Missionaria, foi a grande arma utilizada pelo ocidente para submeter o africano na condição de dependência em que ainda se encontram hoje. E Simão Toco rompeu com este modus vivendi, partindo por uma acção que não colhe na lógica dos intelectuais daquele tempo.

3. Elementos que forjaram a mente de Simão Toco

Toco desde a infância já possuía uma visão daquilo que seria o futuro de Angola, de África e do mundo, pois, a intuição divina iluminara a sua mente. Ele já era portador de uma visão e vem ao mundo realizar a missão de:

1º Para África, ele pega o poder e a devolve aos seus donos (descolonização);

2º Para o ocidente que já tinham o poder, mas que haviam perdido a Igreja de Cristo, ele vem com a missão de recorda-los o caminho que haviam perdido, isto é, mostrar-lhes que a Igreja de Cristo é este.

Como uma evidência do que se disse, podemos exemplificar o seguinte:

Desde 1949 que Simão Toco lhes fala da “Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo relembrada”, mas quer os Protestantes, quer os Católicos, todos negaram o modelo de religião que Toco trouxe ao mundo, onde o Espírito Santo desce, profetiza, aconselha, cura, etc e onde há visões e sonhos. Mas depois deste tempo todo, podemos verificar que a partir do ano 2000, quer na Igreja Católica, quer nos Protestantes, agora o Espírito está a falar alto. Todos agora querem sonhar, quando antigamente somente o Tocoísta é quem sonhava e tinha visões, e os outros até desmentiam dizendo que “visões já não existem, já foram encerradas”. Ninguém podia profetizar e quem habitasse com o Espírito Santo, dizia-se que tinha malária ou que estava a sofrer de epilepsia. Havia muita mentira e ignorância.

Mas agora, todos eles se conformaram com o modelo de religião trazida por Toco ao mundo. Quer dizer, cumpriu-se o que foi dito: “Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo relembrada” e todos eles fizeram leitura do que Toco disse. O poder e o saber que ele exibe, não é que ofuscou o poder e o saber dos demais humanos do seu tempo. É porque os outros já eram mesmo ignorantes e aquilo que eles viam como luz, para Simão Toco era o obscurantismo e a escuridão. Eles precisavam da luz, a luz divina que desprezaram.

E porquê? O quê que ofusca os nossos poderes? O quê que ofusca a nossavisão e a nossa mente?

É o excesso de pecados. Quando Toco vem ao mundo, ele vem como uma criatura pura e insere-se num meio de criaturas comple-tamente sujas e imundas. Mesmo os que estavam dentro das religiões cristãs, estavam mergulhados no meio do pecado. O evangelho que ensinavam era mesmo o evangelho para o pecado: a aceitação da colonização (dependência) e do jugo.

Como as religiões estavam ao serviço da colonização, diz-se que estavam ao serviço do diabo. Daí que as mentes dos Pastores e Reverendos destas Missões estarem ofuscados pelo pecado. O homem quando já tem a mente fusca, já não consegue aperceber aquilo que é a verdadeira ciência: A ciência verdadeira não emana do homem, mas de Deus. E a nossa ciência vai se tornando incompleta, porque quando Deus começa as nos inspirar a sua ciência, o homem depois se envaidece. Começa a julgar-se agora superior e mais sábio do que o próprio Deus. Então, Deus diz: «Pronto, já que sabes tudo, agora que continue».  Então, o homem passa a depender somente desta pouca sabedoria que adquiriu e os outros passam a admira-lo por esta pouca sabedoria que recebeu. Mas se o homem do mundo não se envaidecesse, acreditamos que chegaria até a luz divina que Simão Toco teve.

4. Saber exibido por Simão Toco
(A ciência divina)

Simão Toco não teve nenhuma dificuldade de ter acesso a ciência divina, porque estava isento do pecado. E Deus inspirou-lhe a melhor teologia. O verdadeiro conhecimento teológico, foi aquele que Deus inspirou à Simão Toco, porque ele mesmo não tendo passado por uma escola de teologia, conseguiureinterpretar o que está escrito na Bíblia e ver o que estava deturpado na religião cristã e o que era a verdade. E fez uma reinterpretação da Bíblia Sagrada e ninguém conseguiu contraria-lo. Simão Toco recebeu muitos Padres, Reverendos e Pastores de diferentes Igrejas que foram medir conhecimentos, mas todos depois saíram-se admirados. «Eh pá, este homem tem conhecimentos extraordinários».

Basta ver que os superiores das Testemunhas de Jeová (EUA) interessaram-se por Simão Toco. Quiseram que Toco ficasse no seio deles. Ninguém pode convidar Satanás para ingressar no seio meio. Todos nós refutamos Satanás. Mas eles se interessaram por Toco. O Papa João XXIII interessou-se por Simão Toco antes da realização do Vaticano II que teve inicio em 12 de Outubro de 1962, não falando dos Missionários Ingleses da BMS.

5. Poder exibido por Toco
(O poder divino)

E o que foi dito? «O poder que ele exibiu atraiu os outros poderes». A Igreja Católica sentiu-se atraída; Hitler idem, Portugal inclusive foi o maior promotor e defensor do Tocoísmo e de Simão Toco. Pois, quem esteve contra o Tocoísmo e Simão Toco, foram os Colonos Portugueses e não a Administração Colonial. Visto desta maneira, as coisas podem parecer muito grave. Mas veje como os Pombos e os Sacerdotes Tocoístas actuaram! Bem analisado as suas acções, baralha qualquer investigador social, que não consegue compreender como as coisas suce-deram-se de tal forma, em que a própria Administração Colonial passou como promotor destes e quem esteve na base da expansão do Tocoísmo. E o investigador social indaga: «mas como isto aconteceu desta forma?».

6. Acção silenciosa de Toco

Podemos ver que Simão Toco, de forma silenciosa e aparentemente inofensiva, conseguiu resistir e manobrar todas as forças vivas e poderes que existiam no mundo. Jeremias 11:19 “E eu era como um manso cordeiro que levaram à matança; porque não sabia que imaginavam projectos contra mim, dizendo: Destruamos a árvore com o seu fruto, e cortemo-lo da terra dos viventes, e não haja mais memória do seu nome”

No debate realizado no recinto religioso do Palanca aos 05.09.1998 sobre o Regresso Triunfal de Toco dos Açores, os anciãos da Igreja afirmaram de, que antes da sua partida à Portugal, Toco dissera: “Sem que eu vá à Portugal, aquilo que esperamos nunca mais há-de chegar...”. Neste caso, os portugueses tinham um propósito para com a sua ida à Açores, mas Deus tinha por seu turno outro propósito diferente do dos portugueses.


Aspectos a reter na figura de Simão Toco: O poder e o saber que exibe

Toco exibe um poder sobrenatural que estava acima dos poderes existentes no mundo, incluindo a do Papa e de Hitler que se sentiram atraídos por ele. E esse poder, ofuscou a mente de todos, até a dos próprios Tocoístas que estavam a sua volta;

2º Ele também exibe um saber que estava acima da racionalidade humana e que deixou todos os cérebros a volta de si apagados.



QUE USO O TOCOISTA FAZ DO SEU INTELECTO?

O Tocoísta presentemente vive conflituado quanto ao exercício dos dons que possui. É todo entusiasta e optimista e chega a ter crença em factos que ele não consegue explicar como desencadearão os acontecimentos que tanto espera. Para além do pouco uso que faz dos seus talentos e vocação no seio da Igreja, fora dela em nada o dignifica (social, económica, intelectual e profissionalmente). Tirando alguns irmãos Terapeutas e Naturopatas que abriram os seus Centros ou Casas de cura, os demais Tocoistas na sociedade assemelham-se «a um peixe fora d’água». O seu dom não tem nenhum valor ou utilidade social. E ingenuamente reclama por ausência de emprego, ignorando que ele é quem deve garantir o emprego aos demais, caso venha exercer socialmente os dons que possui. Ele pode ser o melhor sábio, matemático, estilista, industrial ou músico. Antes de existirem os telemóveis e a internet, os Tocoístas já utilizavam esta comunicação. Pobres Tocoístas que somos!.. Temos que socializar o Tocoísmo no mundo.


A RACIONALIDADE DOS TOCOISTAS FACE A FIGURA
EXIBIDA POR SIMÃO GONÇALVES TOCO

Por: Neves Alvaro, Dulce Capela, M. Nzila e Paracleto Mumbela

1. Toco - o «extraterrestre» e o pensamento racional Tocoísta

Face as suas acções, os Tocoístas viam em Simão Toco a figura de um extraterrestre, ou mesmo para muitos, de um «Deus».

A racionalidade dos Tocoístas com relação a figura de Simão Toco, tam-bém é outro pensamento racional Tocoísta. Pois que, os Tocoístas ana-lisaram, estudaram e fizeram um levan-tamento, reunindo os factos necessários para aferir com propriedade quem ele era, e concluiram que «este não é homem deste planeta. É um ser extraordinário que se encarnou num ser humano».

E quem pode ser este ser para os Tocoistas?

Eís que não viram maldade nele, por isso, só podia ser um «Deus». Mas para não dizerem que ele é Deus que se encarnou nele, então disseram que é o Filho de Deus que está nele. Depois de lerem a Bíblia Sagrada e verem o que Cristo disse: «vou e voltarei», então, cada um em função dos factos reunidos, concluiu que ele era o CRISTO.

Numa palestra realizada em Abril deste ano na cidade do Uíge, o Palestrante (M. Nzila) colocou a se-guinte questão: «Quem vocês dizem que Simão Gonçalves Toco é?».

A maioria disseram que era um pro-feta, outros enviado de Deus, mas apareceu uma Anciã que ao levantar-se disse:

«Eu não tenho receio de dizer que ele foi Jesus Cristo. E fundamento no seguinte: eu vi muita coisa nele. Ninguém me disse, eu mesmo vi e vivi muitos factos com ele. Mas quem é este que vem e encontra alguém que já morreu e lhe restitui a vida? Que é este que está na Europa, mas aparece em Angola e resolve vários problemas na Igreja e em muita gente? Quem é este homem, ser humano físico que está muito distante, mas entra (habita) no outro ser humano (no Vate) e passa a mensagem e resolve problemas? Acho que na Bíblia Sagrada não existe nenhum profeta que fazia isto. Então cheguei a sólida conclusão que Simão Toco é mesmo ele o Jesus Cristo que temos esperado». Então a mamã já não espera a vinda de Jesus Cristo? “Não. O Jesus Cristo que espero é mesmo o Simão Toco”. Como podemos verificar, este também é um pensamento racional Tocoísta.


Quem é Simão Gonçalves Toco?

Para os Tocoistas quem é Simão Toco? Será Deus? Jesus Cristo? Ou Moises?

Aqui está uma questão muito candente para os Tocoistas, pois, até hoje estão divididos em relação a verdadeira figura de Toco. Se para muitos ele é um grande profeta, ou encarna a perfeita figura de Moises, para outros ele é o Cristo que esteve no nosso meio e veio reerguer a sua Igreja desaparecida no mundo. Mas há quem lhe considera como um Melquisedec para os tempos modernos, uma figura cujas missões estão para além das de Cristo na terra.

Muitos Pastores Tocoistas continuam dizendo baixinho aos jovens: “não diga que Simão Toco é Jesus Cristo. Isto só pode ser dito entre nós, porque não é teológico”.


Mas os jovens da nova geração de Tocoistas replicam dizendo à estes Pastores de que “se vocês nossos Pastores Tocoistas que estiveram com Simão Toco e não conseguiram contraria-lo no que ele disse, escreveu e fez quando estave em vida, para nós os da nova geração, o que está escrito por ele é irrevogável. Se por aceitarmos isto seremos rotulados de fanáticos, isto já é uma questão de crença e de fé, ou seja, é a forma como compreendemos as veracidades deste homem, revelada ao mundo. Nós adoptamos o seu pensa-mento na íntegra. Dizer que a Cidade Santa do Grande Rei será erguida no Norte de Angola, tal como Toco anunciou, não tem nada de fanático. Está dito está e ponto final”. Aqui está mais uma evidencia da racionalidade dos Tocoistas.

3. Limites da racionalidade Tocoista fixados por Simão Toco

Mas porquê que um Tocoista  enquan-to um ser racional, submete-se aos ditames traçados por Simão Toco e não tem a capacidade de ultrapassar os limites fixados por ele? Porquê que o Tocoista racional continua preso neste limite fixado por Toco?

Como se pode concluir, Simão Toco aqui forma todo o cosmo do ser Tocoista e do univero. Ele tornou-se o centro da mente dos Tocoistas e disto não há duvidas. Depois dele sair deste mundo e abandonar o seu corpo físico, Simão Toco voltou ao céu em espirito e passou a fazer parte do sistema cósmico de força e luz divina que ilumina os seres humanos.

E o ser humano já não pode passar para além dos limites que lhe foram fixados; nem pode pensar para além deste limite sem que seja por permissão de Simão Toco, porque ele está no trono da sabedoria divina. Pág. 37.

Depois dele regressar ao céu, ele passou a ser a sabedoria de Deus. Esta sabedoria que somente foi dado uma percentagem de 10% ao ser humano. Dos 10% de sabedoria divina que o homem recebeu, ele só tem a capacidade de explorar 10% ou seja, 1% da sabedoria divina. Quando o homem explora 15% da sabedoria que lhe foi dada, torna-se num superdotado, e 20% torna-se num génio. São os casos dos génios como Newton, Einstein, Da Vinci, e tantos outros.

Aqui temos o exemplo de um irmão Tocoísta ainda em vida (A. Mavakala) que foi arranjar sua Magia para que fosse temido, honrado e respeitado pelos grandes deste mundo e por todos os dirigentes do país, e que estes quando passassem ao seu lado, tinham que se pôr de sentido e deixa-lo passar. Ele que era um pobrezinho, mas quando um general estivesse a passar ao seu lado, o visse como um Rei, e ainda que fosse o Presidente da República, se passasse ao seu lado, tinha que se pôr de sentido e não ele. Este irmão foi-lhe dito lá na fonte onde foi arranjar a magia: “Tens um período para cumprires este e aquele ritual. E quando completar o período, tens que ir ao cemitério, seja em que localidades estiveres, bate numa campa qualquer e sairá alguém que te irá atender”.

Mas pelo azar deste irmão, o período que lhe foi recomendado calhou-lhe exactamente no momento em que se encontrava na aldeia Tocoista de Ntaya em Maquela do Zombo, num cemi-tério de gente espiritual. E ele bate na campa conforme lhe foi orientado, aparece alguém e ele diz: “pretendo falar com o Chefe que manda aqui”.

Vindo o maioral, interroga-lhe:Qual é o teu problema jovem?”. E ele expõe-se: “Eu quero tornar-me num homem destemido em todo mundo. Não por um qualquer, nem pelo povo, mas pelos grandes e governantes, para que também me sintam que sou maior que eles”. E foi-lhe respondido: “Oh jovem, lamentamos. Demos poder a tanta gente que nos solicitaram, mas agora, o dono destes poderes todos já veio busca-los e estamos sem poderes, pois, entregamos tudo ao seu dono”. E este replica: “Dono? Mas quem é o dono não são vocês?”. E é-lhe dito: “Estás a ver esta aldeia aí em cima? - o Ntaya, o dono desta aldeia é que pertence estes poderes todos que vocês andam a ver. E ele já veio recolher tudo. Daqui para frente, ninguém mais fará nada, porque o dono dos poderes levou tudo”.
O dono dos poderes que lá foi dito, é o senhor Simão Gonçalves Toco. Bem sabemos o que ele dizia quando esteve em vida:

Doze vezes fui gerado, este nascimento é o último. O mundo só vê o Simão que é homem alto, mas o Cristo que é mais baixo e tem falado às pessoas a partir das minhas costelas, ninguém conse-gue vê-lo. Recordam-se do que vos dizia: «Cristo virou o casaco». Todas as pessoas andam a espera da vinda de Jesus Cristo. No tempo quando Jesus nasceu nas terras onde nasceu, as pessoas usavam túnicas e conservavam muita barba. Será que Cristo se vier neste nosso tempo em que as pessoas usam casacos e gravata, não virá Ele com trajes que hoje usamos? Mas não estou a dizer que eu sou Jesus Cristo. Eu não sou. Mas é preciso que saibamos interpretar bem a escritura sagrada”.


Simão Toco está a ofuscar o mundo. A agenda do mundo foi definida por ele e isto deixa ba-ralhado os mais atentos, tal como a agenda de Angola como país foi traçado por Simão Toco, confun-dido deste modo os investigadores e analistas. 

Isto nos remete nas evidências do encontro de Simão Toco com Deus em Catete em Abril de 1950 (vide caixa na pág. 31) e no oráculo de Deus. O que Deus fez nele neste encontro? E quando analisamos bem o sucedido, indagamos se em que língua Deus falou com Simão Toco em Catete. É claro que neste encontro Deus não falou com ele em Português, nem em Kimbundu, mas em Kikongo. Todos sabem que Simão Toco nasceu entre os Kikongo, pois, toda pessoa quando nasce, nasce sempre no seio de uma família e numa determinada localidade.

E com este encontro, Simão Toco abre um sério precedente Bíblico. Nas suas duas narrativas escritas à Igreja sobre o encontro de Catete, Toco provou-nos esta sabedoria de que se fala. Olhando a Bíblia, Moisés quando encontrou-se com Deus, como o próprio Deus identificou-se à ele? Deus disse: “Eu sou o que sou…”  Êxodo 3:14.

E como Deus identificou-se à Simão Toco em Catete? Ele disse: “Eu não sou o Cristo, mas …”. Mas depois à frente, Deus deu a sua designação à Toco, mas ele ao transmitir-nos por escrito o sucedido, colocou reticências no nome de Deus, isto, nas duas narrativas.

Uma outra evidência provada até por alguns Missionários Católicos no Uíge, é o seguinte: “Os Tocoístas são os únicos Cristãos no mundo, que depois da morte, a sua alma tem um aposento diferente. Se formos no mapa planetário criado por Simão Toco, podemos visualizar isto”. Vide Mapa Planetário na pag. 70.

4. Missão dos Mensageiros de Deus no Tocoismo

Os Mensageiros foram chamados na Igreja em Junho de 1950 a partir do monte de Jesus Cristo no Vale do Loge, para virem ajudar os Tocoístas e serem os seus Assistentes na condução da Igreja de Cristo na terra.

Mas podemos ver que estes vieram e tornaram-se no segundo elemento que tem ofuscado a mente dos Tocoístas. (veje pág. 26) Os Tocoístas estão cada vez mais prisioneiros do Espirito do ponto de vista da sua autonomia mental.

Mas isto não devia ocorrer, porque o Espírito Santo na Igreja veio trazer-lhes a luz e iluminar as suas mentes, tirando-os das trevas do pecado em que se encontravam. Umas das irraciona-lidades dos Tocoístas manifesta-se no facto destes não conseguirem gerir e tirar o máximo proveito da presença do Espírito Santo na Igreja e da Assistência espiritual dos Mensageiros de Deus. Porque o Espírito é uma ferramenta que Deus deu aos Tocoístas e a humanidade; é um candeeiro; é um sol que Deus deu-lhes para iluminar o mundo; é um poder que foi entregue aos Tocoístas para dominarem sobre o poder do império das trevas. E com isto, os Tocoístas tinham que arrombar e levar a sua luz dentro do império das trevas.

5. Mas o que é o Império das trevas?

A parte visivel do Imperio das trevas, são mesmos estes governos do mundo, os Presidentes e os seus Ministros, por isso o mundo está sempre em guerras. Isto é Bíblico e está em S. Mateus 4:8-9, quando Jesus foi levado no penáculo e o Satanás disse-lhe:Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares”. O quê que entra nestes governos do mundo? Entra a magia, a feitiçaria, o ocultismo e o espiritismo. Mas ninguém vai te declarar isto. O próprio Satanás é que determina quem deve estar no trono nestes governos todos. Aqui não há santo, anjo ou puro: todos fazem parte da governação gerida e influenciada por  Satanás como ele mesmo afirma à Jesus. E o que Jesus Cristo disse a Pilatos quando lhe julgava? Disse-lhe: O meu reino não é deste mundo…”. S. João 26:18-36.

E quando Pedro carta a orelha do soldado na última noite, a noite da agonia, Jesus repreende-lhe e diz: “guarde a sua espada. Eu bem podia mover o exército de anjos…”. S. Mateus 26:51-53.

Daí, o que se disse de Toco a respeito do poder que está interligado com o saber. Foi também o que ocorreu em ele, pois, nós vimos que Toco repete essas mesmas palavras de Jesus. Quando esteve no Vale do Loge em 1950 disse: “O Lunzamba segue-me e veio cá no Loge”. Mas quem é o Lunzamba? Nunca foi dito aos Tocoístas quem ele é. Pag. 70.

E Toco diz que um dia os Tocoístas iriam governar e apresenta a geografia da Cidade Santa e estes têm o seu exercito celeste que lhes trará este governo. Para quem está mergulhado no mundo das trevas, isto pode lhe parecer um pensamento utópico, mas no quadro da racionalidade Tocoista, o que ainda está oculto, a seu tempo será revelado ao mundo. Quem é de espirito compreende etas coisas.

O mesmo sucedeu com Salazar em 1962. Toco disse-lhe: “Dê-me tropas e eu vou as matas e recolherei todos os terroristas”. Mas Salazar achou esta proposta de Toco como irracional e a desprezou. Mas a prova desta acção Tocoísta, foi o que sucedeu na área de Ambuila (Nova Caipemba) no Uige, onde um Tocoista desarmou um tanque de guerra sozinho, ou o mais velho Mvwama Garcia que em 1976 capturou no Ntaya com uma simples catana um mercenário Ingles das forças coligadas da FNLA e trouxe-o até ao Presidente Agostinho Neto no Futungo. Aqui está aquilo que não se encaixa na racionalidade ocidental, mas que tem o seu nexo na racionalidade Tocoista.

O mais velho Mbona Pedro descreveu-nos há bem pouco tempo como tinha sido cobiçado pelo clero Católico em Benguela nos anos 50, por causa dos seus bordados que deixaram as Madres atónitas. Mas ele não passou numa Escola de Alta Costura e aprendeu esta profissão em 12 dias, quando foi sub-metido espiritualmente pelo Diri-gente numa escola, que segundo ele, em visão a mesma encontra-se numa das mon-tanhas do Vale do Loge.

6. Natureza da racionalidade Tocoista
(A racionalidade espiritual)

Partindo destas evidências, podemos considerar de irracional a atitude dos Tocoistas que não fazem uso do Espirito Santo como um poder, uma força e ferramenta colocado ao seu dispor?

Ou será que estamos a fazer uma avaliação errada dos intelectuais To-coistas que assim procedem, partindo do pressuposto de que o marco comparativo que utilizamos para ava-liarmos a sua racionalidade não ser a racionalidade humana/ocidental, mas a racionalidade divina/profética de Simão Toco e dos Mensageiros de Deus?

Não será que ao pretendermos que a racionalidade de Simão Toco e dos Mensageiros sirvam de modelo da racionalidade Tocoista, estaremos a elevar e exigir muito dos Tocoistas? Ou estamos a ser irracionais ao julgarmos os Tocoistas desta maneira, isto é, como um ser puramente espiritual?

Ora vejamos:

1.Em Setembro 1946, logo após a Conferência Missionária de Leo-poldville, Toco  cria a ACPZ – Asso-ciação do Conselho das Populações do Zombo e apresenta aos Tocoistas do Coro de Kibokolo e não só, um PROJECTO DE SOCIEDADE a ser implementado em Angola, que passa-va pela formação de médicos, engen-heiros, formação de médicos, engen-heiros, técnicos, professores, etc.  Para tal, previa-se bolsas de estudo para os jovens no estrangeiro, prefe-rencialmente para os EUA e ao mes-mo tempo implementa vários cursos na Igreja Baptista para todos angola-nos na diaspora, até para os não baptistas.

2.   De seguida, contacta um professor Ruandês chamado Vada Paulo e passa a ministrar-se o curso de Inglês aos membros desta Asso-ciação e que contou inclusive, com a participação de cidadão Congoleses e funcionários publicos. Mas pos-teriormente regista-se uma traição e o Professor foi repatriado para o Ruanda. Este foi o primeiro repra-triamento produzido no Tocoismo.

3.   Outra acção evidente: Toco neste periodo (1946-1949) pegou nos livros que existiam, quer na Igreja Baptista como noutras e teve a paciência de traduzi-los do Frances e Português para o Kikongo, e como não tinham dinheiro para manda-rem fazer cópias ou mesmo livros, cria o Grupo dos Anciens eléves, solicitando a todos aqueles que sabiam escrever, para que fizessem varia cópias à mão e entregassem aos demais. E para os que não sabiam ler, havia pessoas que se dedicavam a fazer leitura a estes irmãos, de tudo que estava escrito nestes livros, isto, para que todos tivessem o mesmo conheci-mento.

Este pensamento de Toco é racional e é um pensamento que devia ser imitado por todos os Tocoistas. Mas o quê que aconteceu depois do repatriamento para Angola em 1950?

Pessoas que já tinham um grau aca-dêmico acima da 1ª, 2ª, 3ª Classe, pessoas que já sabiam escrever e copiar, não puseram a funcionar o seu QI em prol dos feitos do Tocoismo, disper-diçando todo um manacial de oportuni-dades racionais. Se formos verificar bem nesta geração de Tocoistas, desde o Norte ao Sul, do Congo onde Toco partiu até Luanda, do Loge à Benguela onde foi desterrado uma parte do grosso dos membros do Coro de Kibokolo e dos 12 Mais Velhos, pratica-mente não encontramos nenhuma iniciativa intelectual ou a continuidade da iniciativa literária de Simão Toco, salvo, os ex-discipulos de Toco que não foram repatriados para Angola e que procurando materializar o projecto da ACPZ, criam a ASSOMIZO e mais tarde a ALIAZO que se torna no partido PDA.

Do Bembe, nós temos a Carta Aberta de Toco e o hino “Oh Mfumu Yisu vava kevutuka”. No Congo, tirando o resumo sobre a Conferência de 1946 elaborado em Kikongo e em Português por Toco e os próprios materiais que Toco escreveu e os hinos, que outros documentos escritos pelos Tocoistas temos?

Em Luanda vamos encontrar apenas as duas brochuras manuscritas pelo Ancião Sansão Afonso, que só se desperta depois do regresso triunfal do Dirigente em 1974. Desde 1949, Toco foi falando tanta coisa e ninguém registou o que ele disse.

7. Redactores dos «Ditos» de Toco

Quanto aos Redactores ou Escreventes, vamos encontrar aqueles que de uma ou de outra forma conseguiram conservar registos sobre os «ditos» e «feitos» do Dirigente ao longo das ultimas cinco decadas. Destes, desta-cam-se Makolokila João e Vuaituma Sebastião em Benguela, Pedro Mumbela, General Dikenga,  e outros Anciãos no Loge e Ntaya, os irmãos Fernando e Henriques Alvaro em Luanda (1963 e 1974-76). Esperamos em próximas pesquisas encontrarmos outros, pois temos a certeza existirem muito mais.

Aqui está uma evidência da pouca acção racional manifestada por uma geração 
de Tocoistas, porque os milhares de elementos que assistiam as pregações de Toco, ninguém teve a iniciativa de registá-las e conservá-las.

Os actos públicos de Toco de 26.07.1949, de 10.09.1949, 22.10. 1949, os acontecimentos ocorridos du-rante a prisão e o repatriamento (22.10.1949 - 06.04.1950), no Vale do Loge (1950), em Luanda (Novembro e Dezembro de 1950), no Sul de Angola de 1950 à 1962, em Maquele, Bembe, Damba, Kibokolo, Kimbata, Sanza, Puri, Negage, etc em 1962, em Luanda (1962-1963 e 1974-1984), no Luena em Novembro de 1974, no Ntaya em 1975, em Kinshasa (Março de 1975) e em Cabinda (1975 e 1976). Os Tocoistas que estiveram presentes nestas localida-des, bem poderiam registar o que ele disse e fez. Mas quase nada temos em termos de registos.


Havia pessoas que podiam escrever mas não o fizeram. Somente poucos tiveram aquela dedicação de registar o que Toco ía dizendo e fazendo. Mas a maior parte dos Tocoistas acomodou-se naquilo de que  «ele é imortal». Isto é, assim que ele é espiritualmente imortal, julgaram que fisicamente também seria imortal e que viveria 500 ou 1000 anos. Isto é ignorância e a ignorância é inimiga da racionalidadeMas isto deveu-se ao facto de muitos Anciãos e Responsáveis da Igreja julga-rem que todas as promessas e plano de Deus para a humanidade trazidas por Toco, iriam concretizar-se aqui na terra durante a vida deles e de Toco. Por isso não se dignaram e nem se preocuparam com o futuro e isto também é uma irracionalidade.

8. Escristores dos «feitos» de Toco

Na verdade, está dificil descrever os feitos de Toco, porque a iliterância não permitiu que todos os factos e acon-tecimentos estivissem reunidos e organi-zados em brochura antes da morte do Dirigente e este trabalho arduo está em curso. Para tal, foi necessario cruzar varias fontes prima-rias e secundarias sobre Toco, a saber, as pregações, anuncios, epistolas e relatórios do Diri-gente, os depoi-mentos dos Anciãos, os relatorios da Igreja, tal como o Taber-naculo, com os arquivos da PIDE.


9. Inacção dos Tocoistas com um certo nivel academico

Mas é visível que no Tocoísmo, há muitos irmãos que não passaram numa Academia ou Faculdade, mas que realizaram obras que muitos Doutores, Mestre ou Engenheiro mesmo com os seus conhecimentos tecnico-científicos não conseguem fazer, isto por via de Toco, do Tabernaculo ou daquilo que é a dimensão da obra espiritual recebida pelos Tocoístas.

O homem do mundo gosta envaidecer-se e medir graus; gosta de medir poderes e conhecimentos. O homem criado por Deus sem o seu consenti-mento, tornou-se muito orgulhoso. Muitos jovens Tocoístas abandonaram a Igreja pelo simples facto de saberem que já possuíam o 4º, 5º ano e Simão Toco ter apenas estudado até o 2º ano do Liceu.

Então para eles, sabiam mais do que o próprio Simão Toco. E com os graus académicos que detinham, eles já trabalhavam e auferiam bons salários e muitos destes irmãos foram achando que estar no Tocoísmo era uma perca de tempo.

E como o Tocoísmo está cheio de limitações, eles achavam que estas limitações (preceitos e normas), eram fúteis e que não tinham razão de ser, como temos vindo a falar de muitos que tomaram filiações partidárias e pressio-nam a Igreja para que se bane o preceito da não filiação partidária e satisfazer deste modo os caprichos humanos. Então, os nossos caprichos tornaram-nos incrédulos e Satanás apro-veita-se disto. Foi isto que aconteceu entre os Tocoístas desta epoca.