Cá estamos
novamente, e desta vez abordando um tema que por sinal é crucial para a vida
dos Tocoistas e do futura na humanidade. Trata-se da Intelectualidade
evidenciada, bem ou mal pelos Tocoistas. Daí, a nossa preocupação em
querermos saber que uso os Tocoistas fazem do seu intelec-to na
sociedade contemporanea.
Simão Toco está
na origem do saber caracteristicamente Tocoista e do pensamento racional
destes, muito particularmente dos Mancebos, dos Anciãos e
dos Anciãos e Conselheiros da Igreja de Nosso Senhor Jesus
Cristo no Mundo relembrada em África em 25 de Julho de 1949. Pois, bem
sabemos que através dos ensinos e anúncios de Simão Toco e por via do
Vaticinio, os Tocoistas no periodo colonial alcançaram mentes iluminadas
e assimilaram valores
de perfeição social baseados na espiritualidade, na solidariedade, no
amor, na humildade, na generosidade, no humanismo, etc, valores estes que os
distinguiam dos demais cidadãos do mundo.
É deste tema de
extrema importância para a vitalidade dos Tocoistas e da humanidade que vamos
procurar perscrutar os seus meandros, para ver se de lá podemos sacar aquilo
que cons-titui a singularidade dos Tocoistas na humanidade resultante da «relembrança»
de que tanto apregoam. Esperamos que
as questões aqui levantadas sirvam de luz e ilumi-nem a mente de quem ainda não
bebeu da fonte, de modo a produzir resultados que justifi-quem a sua condição
de «ungido do Senhor». Bem haja e boa
leitura.
Guardam bem esta tradição da vossa verdadeira religião que estará sempre
em contradição com todas as demais tradicões.
- Espirito
Santo -
INTELECTUALIDADE
TOCOÍSTA
Por: Neves Alvaro, M. Nzila, Dulce
Capela e Paracleto Mumbela
1. Quem é o intelectual
no Tocoísmo?
Intelectual Tocoísta, é
aquela pessoa que para além de ter passado numa escola e adquirido conhecimentos científicos e o título
académico de Licenciado, Mestre ou Doutor, passou igualmente pelas Instituições de Ensino Tocoísta que lhe
conferiram o título de aquisição de saber
Tocoísta, nas categorias de Mancebo,
Ancião e de Ancião e Conselheiro. Partindo
do pressuposto de que quem confere o status de «Intelectual» a pessoa são
as Instituições de Ensino Superior, ele deve possuir duplo conhecimento: o conhecimento científico e o conhecimento espiritual Tocoísta. Estes
dois saberes devem ser dominados por um intelectual
Tocoísta. Olhando
para a história do Tocoísmo, podemos ver que até o surgimento da Direcção da
Juventude Tocoísta em Janeiro de 1974 em Luanda, um número considerável de
Tocoístas já possuíam o 5º ano ou um nível de escolaridade elevado e os mesmos
deviam entrar em acção em prol do desenvolvimento da Igreja. Mas eles entraram
em conflito com os Anciãos da Igreja
e muitos decidiram abandonar o Tocoísmo por considerarem-no uma religião de analfabetos e de muitas interdições. Estes
Tocoístas, por não possuírem fundamentos sólidos sobre o Tocoísmo, e não
ancorarem o seu conhecimento Tocoista ao conhecimento adquirido, confundiram a intelectualidade académica, com o
estatuto que deviam ter no seio da Igreja, ou seja, quiseram transportar o seu
status de intelectual dentro da Igreja, em relação ao estatuto religioso que
deviam ter aí. E o conflito de status
resultante da falta de lucidez destes irmãos Tocoístas, produziu o conflito que
temos hoje na Igreja.
2. Intelectualidade Tocoísta
Entende-se por intelectualidade
Tocoísta, ao conjunto das faculdades e habilidades intelectuais que se pode apreender dos
Tocoistas, detentores de um certo tipo saber que resulta do uso do seu
intelecto.
Ser intelectual Tocoísta implica necessariamente
fazer uso do seu intelecto para
pensar, reflectir, analisar e estudar as concepções, fenómenos e
acontecimentos do seu tempo, a fim de encontrar soluções compactíveis com os
propósitos de Deus para si e para a humanidade. Este saber do Tocoísta é conferido
nas Instituições de Ensino académico e Tocoísta. Normalmente,
o intelectual é alguém que é
definido pelo meio social em que está inserido, que o distingue como alguém que
está ligado a prática cientifica e académica (Instituições do Ensino Superior)
e que é portador de uma autoridade científica. O seu saber tecnico-cientifico, opõe-se
ao saber não tecnico e não cientifico. E tem uma relação privilejada com o
poder e relaciona-se com a sociedade
através do seu status de intelectual.
Mas pergunta-se com naturalidade: Como o Tocoista
usa o seu intelecto (sua mente)? Quando e como o usa? E para que serve o
intelecto dos Tocoistas? Que importância social e colectivo tem este
intelecto?
Intelectuais no Coro de
Kibokolo
A partir do Coro de Kibokolo, vamos
encontrar cerca de uma dezena de intelectuais, a saber:
1. Domingos Afonso Nzila
Pereira, de todos, era o único depois de Simão
Toco, que se formara em Angola e que melhor dominava a língua portuguesa;
2. João Mankoka que
depois desistiu do Tocoísmo e aderiu as Testemun-has de Jeová.
3. Pedro Ntumissungu
Cardoso;
4. Andre Moni Dungu
Dongosi,
5. Daniel Araujo Mfinda;
6. Domingos Kibeta;
7. Luvualu David;
8. Paulo Dondão;
9. Humberto Fwas Macaya
10. Pedro Mumbela
11. Kiala Squarto
12. Simão Lokoki, etc.
Mas depois dos desterros, surge uma
leva de jovens, filhos de Ngunga Ngele em Luanda e no Vale do Loge que ingressaram
na vida militar em finais de 1950 e que terminaram o seu serviço militar já nos
anos de 1960/63 que fixaram residencia em Luanda e Ntaya, cuja acção exercida
pouco sabe-se.
4.
A literância na Igreja
Houve Vates, Sacerdotes e Pombos na
Igreja. Ora pergunta-se:
Quem
escreveu os seus feitos e memórias? Quem
pensou na altura em ir entrevistar um Sacerdote, um Pombo ou um Vate? Que
Sacerdote ou Pombo deixou escrito o que fez durante a sua missão? Quem é o Vate
que preocupou-se em anotar os seus sonhos e visões? Qual é o Tabernaculo que
registou na íntegra as varias mensagens que o Espirito Santo vinha deixando na
Igreja por intermédio dos Mensageiros de Deus? Qual é o Tabernaculo que detêm
um grande arquivo das visões que os
membros foram tendo ao longo da acção eclesiástica da Igreja?
É certo que o número de Tocoistas
que assim procederam é extremamente reduzido. E tirando o arquivo do Vale do Loge que subiu para Kinshasa e de Kinshasa para
Ntaya, apenas temos o arquivo pessoal do
Dirigente, parte dos registos feitos
em Benguela, Luanda e Ntaya. Onde estão os outros arquivos do Tocoismo?
Em Luanda, uma parte deste arquivo
está com os irmãos da ex-Cúpula que estão no Golf, onde os Anciãos Simão Kibeta e Samuel Mambu Domingos são os que melhor dominam o seu conteúdo, mas
que não o divulgam para o «A bem da
Igreja», principalmente o arquivo audio e video resultante das acções
religiosas e não só do Dirigente. Resta saber como este arquivo está nas demais
Províncias, com excepção de Benguela.
Os arquivos recolhidos pelo Governo
colonial Português, é um acervo fiel e importantissimo e de igual modo, na base
dos estudos do Dr Ruy Blanes e da Cléria Fereira, já começaram a ser
recolhidos. Por sua vez, a Nova
Esperança Tocoista vem publicando parte do material que já pode recolher,
priorizando numa primeira fase os anúncios, profecias do Dirigente, suas
orientações, directrizes e os depoimentos e biografias dos Anciãos
construtores do Tocoismo.
INTELLIGENTSIA TOCOÍSTA
Por: Neves
Alvaro
Segundo a Wikipedia, falar de intelligentsia ou intelligentzia em ciências sociais, refere-se “a uma
categoria ou grupo de pessoas distintas do resto da sociedade, por
sua educação e atitudes progressivas, engajadas em trabalho intelectual
complexo e criativo, direcionado ao desenvolvimento e dissemi nação da cultura, abrangendo trabalhadores
intelectuais”.
Pensadores
sobre o Tocoismo
No caso Tocoísta, refere-se ao conjunto de pensadores com mentes iluminadas, dedicados em actividades
intelectuais, capazes de fornecerem uma visão compreensiva do mundo (ideal
Tocoísta), visando a purificação da Igreja, a disseminação da ideologia
e do saber Tocoísta, bem como a reconstrução da sociedade em que estão
inseridos, tendo como base edificadores, os valores espirituais emanados por
Deus, a saber, a
espiritualidade, o humanismo, a solidariedade, a humildade,o amor etc.
Daí a intelligentsia Tocoista ser um movimento de intelectuais, que possuem atitudes criativas, amantes da verdade
e dos valores legados por Simão
Toco à humanidade, oponde-se deste mo-do
a imobilidade e irracionalidade actualmente evidenciadas pelos Tocoistas.
Constituição
da «intelligentsia Tocoista»
Este movimento
está constituído por vários
Intelectuais Tocoistas e não só, mas que por ora trabalham isoladamente,
estando na forja a
criação pela Nova Esperança
Tocoista, do MLT: Movimento Literário Tocoista,
que visa tão somente aglotinar todas ideias e sinergias tendentes a harmonizar
as acções racionais desenvolvidas pelos Tocoistas na sociedade. Pelos seus feitos e empenho
em prol do conhecimento e divulgação da essência do Tocoismo, é indiscutivel
que o GCNET-Grupo Nova Esperança Tocoista adstrita a Direcção - 12 Mais Velhos, está na vanguarda deste movimento de Intelectuais
Tocoistas, mas fazem parte dele os Escritores Tocoistas, incluindo a emergente
Editoria Mumbeliana, os investigadores sociais, os estudantes universitários
que defendem suas teses sobre o Tocoismo, dentre outros produtores
intelectuais.
ACÇÃO RACIONAL DOS TOCOÍSTAS E ELEMENTOS
QUE A CARACTERIZAM
QUE A CARACTERIZAM
1. Génese da racionalidade Tocoista
O Tocoísmo tem a sua essência a partir do Espírito Santo, através da acção de Simão Toco no Coro de Kibokolo. E o pensamento racional dos Tocoístas começa logo em Simão Toco, pensamento este que os Tocoístas vão ser imitadores, onde Toco passa a ser o elemento modelo para todo Tocoísta.
Simão
Toco foi o maior pensador de todos os tempos.
Não só pelo facto de ser profeta, mas também porque soube evidenciar o seu
factor criativo enquanto homem. Há que se distinguir aqui o Simão Toco profeta,
do Simão Toco homem criativo. Como homem criativo, Simão Toco foi
o primeiro angolano que trocou a sua vida em defesa da liberdade para o seu povo. Foi o homem que negou as
regalias que o mundo lhe oferecia, porque no período colonial, ele admirou
muita gente e foi considerado como o primeiro angolano de expressão Kikongo
(Zombo) que veio à Luanda frequentar o Liceu, isto é, o primeiro intelectual Zombo do país.
2. Pensamento racional de Toco
O pensamento racional de Simão Toco
inicia logo de infância, pois, nessa altura ele já tinha a noção de que o seu
povo sofria, de que o país estava sendo colonizado e que precisava de ser
liberto. No periodo de 1931/34, nenhum intelectual angolano no Liceu, seja ele
Pastor, Reverendo ou não, tinha este pensamento humanista. A evidência deste facto pode ser
encontrado em 1934, quando Simão Toco diz à Agostinho Neto e ao seu pai, de que: “tu futuramente serás o
Presidente de Angola e hás de ser um grande homem, temido por todas as nações”.
Quem é este angolano, que numa
altura desta teria o pensamento de que o preto um dia governaria em Angola? Só
poderia ser Simão Toco. E ele era dono dos seus pensamentos e das suas
palavras. Basta ver que ele conservou este discurso sobre Neto ao longo de cinco
décadas, e até 1982 o mesmo não saiu da sua boca. Não obstante a Intuição Divina tenha influenciado a
sua mente, mas Simão Toco era dono dos seus pensamentos e palavras.
O negro que nos anos de 1930/40
ganhava 200 escudos era alguém bem pago. Mas Simão Toco em 1943 pediu que lhe
fosse aumentado mais 400 escudos (A média para o indígena era de 15 escudos).
Foi apenas um argumento para criar a ruptura com os Missionários. Pois, ele
sabia que aquele dinheiro não era a sua ambição. E também estando descontente
com os Missionários, muito bem poderia trocar a profissão de professor da
Missão Baptista para professor do Estado Português. Com o seu grau académico,
ele tinha todas as aberturas em suas mãos, pois, como professor do Posto, tinha
uma vida cheia de oportunidades a seu dispor. Mas ele preferiu trocar a sua boa
vida e melhores condições sociais (seu status de assimilado), pela pobreza.
Naquele tempo, para os outros seria
a irracionalidade, mas hoje podemos ver que esta atitude de Toco, reflecte a
racionalidade de alguém que tinha uma visão
futurista e que agia em função da materialização do seu pensamento. Todos os intelectuais do seu tempo e
que passaram nos Liceus, nas Escolas Comerciais e Industriais, depois de
formados, assimilaram-se, perdendo a
sua autonomia mental. E Simão Toco foi o único destes intelectuais
daquele tempo que não buscou prestígio social desta formação e bens materiais
que resultassem do seu status de assimilado.
Ele não deixou-se assimilar como os
demais, que se tornaram brancos na mente
e pretos na cor da pele, e que não admitiram a ruptura com o status
adquirido com a formação académica, conformando-se com a colonização religiosa
(espiritual), cultural, económica e política, por causa dos bens materiais.
Simão Toco sempre agiu, sentiu e pensou
em prol da dor do seu povo. O sentimento
humanista de que estava dotado, concedeu-lhe a
possibilidade de conhecer o sentido
humano da vida.
E
quantos intelectuais daquele tempo formados pelas Missões não agiram como
Toco?
Muitos, senão mesmo nenhum. Estes
não agiram como Toco, porque os bens materiais falaram mais alto, como hoje
continuam falando mais alto. Este foi o maior problema destes intelectuais, que
muitos deles só despertaram após a febre do nacionalismo do pós segunda guerra
mundial no âmbito do processo de descolonização desencadeado pelas potências
coloniais ocidentais sob pressão da ONU.
Basta vermos quantos
Tocoístas intelectuais hoje estão se esforçando em resgatar o Tocoísmo? (veja
a caixa ao lado).
Chega um período
(1943) em que Simão Toco escreve a sua Carta Aberta aos Missionários
Baptistas do Bembe, onde expõe as suas posições e o seu sentimento de dor (pág.
64). E quando ele fala de que “cheira mal e sente-se apodrecer…”, ele não
falava de si, visto que não se encontrava nestas condições sociais, mas referia-se
da pobreza das populações autóctones, da miséria, do sofrimento, dos castigos e
torturas que assistia na sociedade daquele tempo. Ele não se contentava com
estas praticas coloniais, pois, foi visível que a Missionação Católica e
Protestante estavam ao serviço da colonização.
Nesta altura, a
ideologia colonial teve como grande suporte, a ideologia que a Igreja Cristã
inculcava na mente dos seus fiéis negros, servindo de uma poderosa máquina
ideológica e de socialização do negro para a colonização e a aculturação.
Esta acção Missionaria, foi a
grande arma utilizada pelo ocidente para submeter o africano na condição de
dependência em que ainda se encontram hoje. E Simão Toco rompeu com este modus
vivendi, partindo por uma acção que não colhe na lógica dos intelectuais
daquele tempo.
3. Elementos que forjaram a
mente de Simão Toco
Toco desde a infância
já possuía uma visão daquilo que seria o futuro de Angola, de África e do
mundo, pois, a intuição divina iluminara a sua mente. Ele já era portador
de uma visão e vem ao mundo realizar a missão de:
1º Para África, ele pega o poder e a devolve
aos seus donos (descolonização);
2º Para o ocidente que já tinham o
poder, mas que haviam perdido a Igreja de Cristo, ele vem com a missão de recorda-los
o caminho que haviam perdido, isto é, mostrar-lhes que a Igreja de Cristo é
este.
Como uma evidência do
que se disse, podemos exemplificar o seguinte:
Desde 1949 que Simão
Toco lhes fala da “Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo
relembrada”, mas quer os Protestantes, quer os Católicos, todos negaram o
modelo de religião que Toco trouxe ao mundo, onde o Espírito Santo desce,
profetiza, aconselha, cura, etc e onde há visões e sonhos. Mas depois deste
tempo todo, podemos verificar que a partir do ano 2000, quer na Igreja
Católica, quer nos Protestantes, agora o Espírito está a falar alto. Todos agora
querem sonhar, quando antigamente somente o Tocoísta é quem sonhava e tinha
visões, e os outros até desmentiam dizendo que “visões já não existem, já
foram encerradas”. Ninguém podia profetizar e quem habitasse com o Espírito
Santo, dizia-se que tinha malária ou que estava a sofrer de epilepsia. Havia
muita mentira e ignorância.
Mas agora, todos eles
se conformaram com o modelo de religião trazida por Toco ao mundo. Quer dizer,
cumpriu-se o que foi dito: “Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo
relembrada” e todos eles fizeram leitura do que Toco disse. O poder e
o saber que ele exibe, não é que ofuscou o poder e o saber dos demais humanos
do seu tempo. É porque os outros já eram mesmo ignorantes e aquilo que eles
viam como luz, para Simão Toco era o obscurantismo e a escuridão. Eles
precisavam da luz, a luz divina que desprezaram.
E porquê? O quê que
ofusca os nossos poderes? O quê que ofusca a nossavisão e a nossa mente?
É o excesso de pecados.
Quando Toco vem ao mundo, ele vem como uma criatura pura e insere-se num
meio de criaturas comple-tamente sujas e imundas. Mesmo os que estavam dentro
das religiões cristãs, estavam mergulhados no meio do pecado. O evangelho que
ensinavam era mesmo o evangelho para o pecado: a aceitação da colonização
(dependência) e do jugo.
Como as religiões
estavam ao serviço da colonização, diz-se que estavam ao serviço do diabo. Daí que as mentes dos Pastores e
Reverendos destas Missões estarem ofuscados pelo pecado. O homem
quando já tem a mente fusca, já não consegue aperceber aquilo que é a
verdadeira ciência: A ciência verdadeira não emana do homem, mas de Deus. E
a nossa ciência vai se tornando incompleta, porque quando Deus começa as nos
inspirar a sua ciência, o homem depois se envaidece. Começa a julgar-se agora
superior e mais sábio do que o próprio Deus. Então, Deus diz: «Pronto, já que sabes tudo, agora que continue». Então, o homem passa a depender somente desta pouca
sabedoria que adquiriu e os outros passam a admira-lo por esta pouca
sabedoria que recebeu. Mas se o homem do mundo não se envaidecesse,
acreditamos que chegaria até a luz divina que Simão Toco teve.
4. Saber exibido por Simão Toco
(A ciência divina)
Simão Toco não teve
nenhuma dificuldade de ter acesso a ciência divina, porque estava isento
do pecado. E Deus inspirou-lhe a melhor teologia. O verdadeiro conhecimento
teológico, foi aquele que Deus inspirou à Simão Toco, porque ele mesmo não
tendo passado por uma escola de teologia, conseguiureinterpretar o que está
escrito na Bíblia e ver o que estava deturpado na religião cristã e o que
era a verdade. E fez uma reinterpretação da Bíblia Sagrada e ninguém
conseguiu contraria-lo. Simão Toco
recebeu muitos Padres, Reverendos e Pastores de diferentes Igrejas que foram
medir conhecimentos, mas todos depois saíram-se admirados. «Eh pá,
este homem tem conhecimentos extraordinários».
Basta ver que os
superiores das Testemunhas de Jeová (EUA) interessaram-se por Simão Toco.
Quiseram que Toco ficasse no seio deles. Ninguém pode convidar Satanás para
ingressar no seio meio. Todos nós refutamos Satanás. Mas eles se interessaram
por Toco. O Papa João XXIII interessou-se por Simão Toco antes da realização do
Vaticano II que teve inicio em 12 de Outubro de 1962, não falando dos
Missionários Ingleses da BMS.
5. Poder exibido por Toco
(O poder divino)
E o que foi dito? «O
poder que ele exibiu atraiu os outros poderes». A Igreja Católica
sentiu-se atraída; Hitler idem, Portugal inclusive foi o maior promotor e defensor
do Tocoísmo e de Simão Toco. Pois, quem esteve contra o Tocoísmo e Simão Toco,
foram os Colonos Portugueses e não a Administração Colonial. Visto desta
maneira, as coisas podem parecer muito grave. Mas veje como os Pombos e
os Sacerdotes Tocoístas actuaram! Bem analisado as suas acções,
baralha qualquer investigador social, que não consegue compreender como as
coisas suce-deram-se de tal forma, em que a própria Administração Colonial
passou como promotor destes e quem esteve na base da expansão do Tocoísmo. E o
investigador social indaga: «mas como isto aconteceu desta forma?».
6. Acção silenciosa de Toco
Podemos ver que Simão Toco, de forma silenciosa e
aparentemente inofensiva, conseguiu resistir e manobrar todas
as forças vivas e poderes que existiam no mundo. Jeremias 11:19 “E
eu era como um manso cordeiro que levaram à matança; porque não sabia que
imaginavam projectos contra mim, dizendo: Destruamos a árvore com o seu fruto,
e cortemo-lo da terra dos viventes, e não haja mais memória do seu nome”.
No debate realizado no
recinto religioso do Palanca aos 05.09.1998 sobre o Regresso Triunfal de Toco
dos Açores, os anciãos da Igreja afirmaram de, que antes da sua partida à
Portugal, Toco dissera: “Sem que eu vá à Portugal, aquilo que
esperamos nunca mais há-de chegar...”. Neste caso, os portugueses tinham
um propósito para com a sua ida à Açores, mas Deus tinha por seu turno outro
propósito diferente do dos portugueses.
Aspectos a reter
na figura de Simão Toco: O poder e o saber que exibe
1º Toco exibe um poder sobrenatural que
estava acima dos poderes existentes no mundo, incluindo a do Papa e de Hitler que se sentiram atraídos por ele. E esse poder, ofuscou a
mente de todos, até a dos próprios Tocoístas que estavam a sua volta;
2º Ele
também exibe um saber que estava acima da racionalidade
humana e que deixou todos os cérebros a volta de si apagados.
QUE USO
O TOCOISTA FAZ DO SEU INTELECTO?
O
Tocoísta presentemente vive conflituado quanto ao exercício dos dons que possui. É todo
entusiasta e optimista e chega a ter crença em factos que
ele não consegue explicar como desencadearão os acontecimentos que tanto
espera. Para além do pouco uso que faz dos seus talentos e vocação no
seio da Igreja, fora dela em nada o dignifica (social, económica, intelectual e profissionalmente). Tirando alguns irmãos Terapeutas e Naturopatas que abriram os seus Centros ou Casas de cura, os demais Tocoistas na sociedade assemelham-se «a um peixe fora d’água». O seu dom não tem nenhum valor ou utilidade
social. E ingenuamente reclama por
ausência de emprego, ignorando que ele é quem deve garantir o emprego aos
demais, caso venha exercer
socialmente os dons que possui.
Ele pode ser o melhor sábio, matemático, estilista, industrial ou músico. Antes
de existirem os telemóveis e a internet, os Tocoístas
já utilizavam esta comunicação. Pobres Tocoístas que
somos!.. Temos que socializar o Tocoísmo no mundo.
A
RACIONALIDADE DOS TOCOISTAS FACE A FIGURA
EXIBIDA
POR SIMÃO GONÇALVES TOCO
Por:
Neves
Alvaro, Dulce Capela, M. Nzila e Paracleto Mumbela
Face as suas acções, os Tocoístas viam em Simão Toco a figura de um extraterrestre, ou mesmo para
muitos, de um «Deus».
A racionalidade dos Tocoístas
com relação a figura de Simão Toco, tam-bém é outro pensamento racional Tocoísta. Pois que, os Tocoístas ana-lisaram,
estudaram e fizeram um levan-tamento, reunindo os factos necessários para
aferir com propriedade quem ele era, e concluiram que «este não é homem deste planeta.
É um ser extraordinário que se encarnou num ser humano».
E quem pode ser este ser para
os Tocoistas?
Eís que não viram maldade nele, por isso, só podia ser um «Deus».
Mas para não dizerem que ele é Deus que se encarnou nele, então disseram que é
o Filho de Deus que está nele.
Depois de lerem a Bíblia Sagrada e verem o que Cristo disse: «vou
e voltarei», então, cada um em função dos factos reunidos, concluiu que ele era o CRISTO.
Numa palestra realizada em Abril deste ano na cidade do Uíge, o
Palestrante (M. Nzila) colocou a se-guinte questão: «Quem vocês dizem que Simão Gonçalves Toco é?».
A maioria disseram que era um
pro-feta, outros enviado de Deus,
mas apareceu uma Anciã que ao levantar-se disse:
«Eu não tenho receio de dizer
que ele foi Jesus Cristo. E
fundamento no seguinte: eu vi muita
coisa nele. Ninguém me disse, eu mesmo vi e vivi muitos factos com ele. Mas
quem é este que vem e encontra alguém que já morreu e lhe restitui a vida? Que
é este que está na Europa, mas aparece em Angola e resolve vários problemas na
Igreja e em muita gente? Quem é este homem, ser humano físico que está muito
distante, mas entra (habita) no outro ser humano (no Vate) e passa a mensagem e
resolve problemas? Acho que na Bíblia Sagrada não existe nenhum profeta que
fazia isto. Então cheguei a sólida conclusão que Simão Toco é mesmo ele o Jesus
Cristo que temos esperado». Então a mamã já não espera a vinda de Jesus Cristo? “Não.
O Jesus Cristo que espero é mesmo o Simão Toco”. Como podemos verificar,
este também é um pensamento racional
Tocoísta.
Quem é Simão Gonçalves Toco?
Para os Tocoistas quem é Simão Toco? Será Deus? Jesus Cristo? Ou
Moises?
Aqui está uma questão muito candente para os Tocoistas, pois, até hoje estão divididos em relação a
verdadeira figura de Toco. Se para muitos ele é um grande profeta, ou encarna a perfeita figura de Moises, para outros ele é o Cristo que esteve no nosso meio e veio reerguer a sua Igreja
desaparecida no mundo. Mas há quem lhe considera como um Melquisedec para os
tempos modernos, uma figura cujas missões estão para além das de Cristo na
terra.
Muitos Pastores Tocoistas continuam dizendo baixinho aos jovens: “não
diga que Simão Toco é Jesus Cristo. Isto só pode ser dito entre nós, porque não
é teológico”.
Mas os jovens da nova geração de Tocoistas replicam dizendo à estes
Pastores de que “se vocês nossos Pastores
Tocoistas que estiveram com Simão Toco e não conseguiram contraria-lo no que
ele disse, escreveu e fez quando estave em vida, para nós os da nova geração, o
que está escrito por ele é irrevogável. Se por aceitarmos isto seremos
rotulados de fanáticos, isto já é uma questão de crença e de fé, ou seja, é a
forma como compreendemos as veracidades deste homem, revelada ao mundo. Nós
adoptamos o seu pensa-mento na íntegra. Dizer que a Cidade Santa do Grande Rei
será erguida no Norte de Angola, tal como Toco anunciou, não tem nada de
fanático. Está dito está e ponto final”. Aqui está
mais uma evidencia da racionalidade dos Tocoistas.
3. Limites da racionalidade Tocoista
fixados por Simão Toco
Mas porquê que um Tocoista
enquan-to um ser racional, submete-se aos ditames traçados por Simão
Toco e não tem a capacidade de ultrapassar os limites fixados por ele? Porquê
que o Tocoista racional continua
preso neste limite fixado por Toco?
Como se pode concluir, Simão
Toco aqui forma todo o cosmo do ser Tocoista e do univero. Ele tornou-se o centro da mente dos
Tocoistas e disto não há duvidas. Depois dele sair deste mundo e abandonar
o seu corpo físico, Simão Toco voltou ao céu em espirito e passou a fazer parte
do sistema cósmico de força e luz divina
que ilumina os seres humanos.
E o ser humano já não pode passar para
além dos limites que lhe foram fixados; nem pode pensar para além deste limite
sem que seja por permissão de Simão Toco, porque ele está no trono da
sabedoria divina. Pág. 37.
Aqui temos o exemplo de um irmão Tocoísta ainda em vida (A.
Mavakala) que foi arranjar sua Magia para que fosse temido, honrado e
respeitado pelos grandes deste mundo e por todos os dirigentes do país, e que
estes quando passassem ao seu lado, tinham que se pôr de sentido e deixa-lo
passar. Ele que era um pobrezinho, mas quando um general estivesse a passar ao
seu lado, o visse como um Rei, e ainda que fosse o Presidente da República, se
passasse ao seu lado, tinha que se pôr de sentido e não ele. Este irmão foi-lhe
dito lá na fonte onde foi arranjar a
magia: “Tens um período para cumprires este e aquele ritual. E quando
completar o período, tens que ir ao cemitério, seja em que localidades
estiveres, bate numa campa qualquer e sairá alguém que te irá atender”.
Mas pelo azar deste irmão, o período que lhe foi recomendado
calhou-lhe exactamente no momento em que se encontrava na aldeia Tocoista de
Ntaya em Maquela do Zombo, num cemi-tério
de gente espiritual. E ele bate na campa conforme lhe foi orientado,
aparece alguém e ele diz: “pretendo falar com o Chefe que manda
aqui”.
Vindo o maioral, interroga-lhe:
“Qual é o teu problema jovem?”.
E ele expõe-se: “Eu quero tornar-me num
homem destemido em todo mundo. Não por um qualquer, nem pelo povo, mas pelos
grandes e governantes, para que também me sintam que sou maior que eles”. E
foi-lhe respondido: “Oh jovem, lamentamos. Demos poder a tanta gente que nos
solicitaram, mas agora, o dono destes poderes todos já veio busca-los e estamos
sem poderes, pois, entregamos tudo ao seu dono”. E este replica: “Dono? Mas quem é o dono não são vocês?”.
E é-lhe dito: “Estás a ver esta aldeia aí em cima? - o Ntaya, o dono desta aldeia é
que pertence estes poderes todos que vocês andam a ver. E ele já veio recolher
tudo. Daqui para frente, ninguém mais fará nada, porque o dono dos poderes
levou tudo”.
O dono dos poderes que lá foi dito, é o
senhor Simão Gonçalves Toco. Bem sabemos o que ele dizia quando esteve em vida:
“Doze vezes fui gerado, este nascimento é o último. O mundo só vê o Simão que é homem alto, mas o Cristo que é mais baixo e tem falado às pessoas a partir das
minhas costelas, ninguém conse-gue vê-lo. Recordam-se do que vos dizia: «Cristo virou o casaco». Todas as pessoas andam a espera da vinda de Jesus Cristo. No tempo
quando Jesus nasceu nas terras onde nasceu, as pessoas usavam túnicas e conservavam muita barba. Será que Cristo se vier neste nosso tempo em que as
pessoas usam casacos e gravata, não virá Ele com trajes que hoje usamos? Mas
não estou a dizer que eu sou Jesus Cristo. Eu não sou. Mas é preciso que
saibamos interpretar bem a escritura sagrada”.
Simão Toco está a ofuscar o mundo. A agenda do mundo foi definida por ele e isto deixa ba-ralhado os mais atentos, tal como a agenda de Angola como país foi traçado por Simão Toco, confun-dido deste modo os investigadores e analistas.
Isto nos
remete nas evidências do encontro de Simão Toco com Deus em Catete em Abril de
1950 (vide caixa na pág. 31) e no
oráculo de Deus. O que Deus fez nele neste encontro? E quando analisamos bem o
sucedido, indagamos se em que língua Deus falou com Simão Toco em Catete. É
claro que neste encontro Deus não falou com ele em Português, nem em Kimbundu,
mas em Kikongo. Todos sabem que Simão Toco nasceu entre os Kikongo, pois, toda
pessoa quando nasce, nasce sempre no seio de uma família e numa determinada
localidade.
E com
este encontro, Simão Toco abre um sério precedente Bíblico. Nas suas duas
narrativas escritas à Igreja sobre o encontro de Catete, Toco provou-nos esta
sabedoria de que se fala. Olhando a Bíblia, Moisés quando encontrou-se com Deus, como o próprio Deus identificou-se
à ele? Deus disse: “Eu sou o que
sou…” Êxodo 3:14.
E como
Deus identificou-se à Simão Toco em Catete? Ele disse: “Eu não
sou o Cristo, mas …”. Mas
depois à frente, Deus deu a sua designação à Toco, mas ele ao transmitir-nos
por escrito o sucedido, colocou reticências no nome de Deus, isto, nas duas
narrativas.
Uma
outra evidência provada até por alguns Missionários Católicos no Uíge, é o
seguinte: “Os
Tocoístas são os únicos Cristãos no mundo, que depois da morte, a sua alma tem
um aposento diferente. Se formos no mapa planetário criado por Simão Toco,
podemos visualizar isto”. Vide Mapa Planetário na pag. 70.
4. Missão dos Mensageiros de Deus no Tocoismo
Os
Mensageiros foram chamados na Igreja em Junho de 1950 a partir do monte de
Jesus Cristo no Vale do Loge, para virem ajudar os Tocoístas e serem os seus
Assistentes na condução da Igreja de Cristo na terra.
Mas
podemos ver que estes vieram e tornaram-se
no segundo elemento que tem ofuscado a mente dos Tocoístas. (veje pág. 26)
Os Tocoístas estão cada vez mais prisioneiros do Espirito do ponto de vista da
sua autonomia mental.
Mas isto
não devia ocorrer, porque o Espírito
Santo na Igreja veio trazer-lhes a luz e iluminar as suas mentes, tirando-os
das trevas do pecado em que se encontravam. Umas das irraciona-lidades dos Tocoístas manifesta-se no facto destes não conseguirem gerir e tirar o máximo
proveito da presença do Espírito Santo na Igreja e da Assistência espiritual
dos Mensageiros de Deus. Porque o Espírito é uma ferramenta que Deus deu aos Tocoístas e a humanidade; é um candeeiro; é um sol que Deus deu-lhes para iluminar o mundo; é um poder que foi entregue aos Tocoístas
para dominarem sobre o poder do império
das trevas. E com isto, os Tocoístas tinham que arrombar e levar a sua luz dentro do império das trevas.
5. Mas o que é o Império das trevas?
A parte
visivel do Imperio das trevas, são mesmos estes governos do mundo, os
Presidentes e os seus Ministros, por isso o mundo está sempre em guerras. Isto
é Bíblico e está em S. Mateus 4:8-9, quando Jesus foi levado no penáculo e o
Satanás disse-lhe: “Tudo isto te
darei, se, prostrado, me adorares”. O quê que entra nestes governos do mundo? Entra a magia, a feitiçaria, o ocultismo e o
espiritismo. Mas ninguém vai te declarar isto. O próprio Satanás é que
determina quem deve estar no trono nestes governos todos. Aqui não há santo,
anjo ou puro: todos fazem parte da governação gerida e influenciada por Satanás como ele mesmo afirma à Jesus. E o
que Jesus Cristo disse a Pilatos quando lhe julgava? Disse-lhe: “O
meu reino não é deste mundo…”. S. João 26:18-36.
E quando
Pedro carta a orelha do soldado na última noite, a noite da agonia, Jesus repreende-lhe
e diz: “guarde a sua espada. Eu bem podia mover o exército de anjos…”.
S. Mateus 26:51-53.
Daí, o
que se disse de Toco a respeito do poder
que está interligado com o saber.
Foi também o que ocorreu em ele, pois, nós vimos que Toco repete essas mesmas
palavras de Jesus. Quando esteve no Vale do Loge em 1950 disse: “O
Lunzamba segue-me e veio cá no Loge”. Mas quem é o Lunzamba?
Nunca foi dito aos Tocoístas quem ele é. Pag.
70.
O mesmo
sucedeu com Salazar em 1962. Toco disse-lhe: “Dê-me tropas e eu vou as matas e
recolherei todos os terroristas”. Mas Salazar achou esta proposta de
Toco como irracional e a desprezou.
Mas a prova desta acção Tocoísta,
foi o que sucedeu na área de Ambuila (Nova Caipemba) no Uige, onde um Tocoista
desarmou um tanque de guerra sozinho, ou o mais velho Mvwama Garcia que em 1976 capturou no Ntaya com uma simples catana
um mercenário Ingles das forças coligadas da FNLA e trouxe-o até ao Presidente
Agostinho Neto no Futungo. Aqui está
aquilo que não se encaixa na racionalidade ocidental, mas que tem o seu nexo na
racionalidade Tocoista.
O mais
velho Mbona Pedro descreveu-nos há
bem pouco tempo como tinha sido cobiçado pelo clero Católico em Benguela nos
anos 50, por causa dos seus bordados que deixaram as Madres atónitas. Mas ele
não passou numa Escola de Alta Costura
e aprendeu esta profissão em 12 dias, quando foi sub-metido espiritualmente
pelo Diri-gente numa escola, que segundo ele, em visão a mesma encontra-se numa
das mon-tanhas do Vale do Loge.
6. Natureza da racionalidade Tocoista
(A
racionalidade espiritual)
Partindo
destas evidências, podemos considerar de
irracional a atitude dos Tocoistas que não fazem uso do Espirito Santo como um
poder, uma força e ferramenta colocado ao seu dispor?
Ou será
que estamos a fazer uma avaliação errada dos intelectuais To-coistas que assim procedem, partindo do pressuposto
de que o marco comparativo que utilizamos para ava-liarmos a sua racionalidade
não ser a racionalidade
humana/ocidental, mas a racionalidade
divina/profética de Simão Toco e dos Mensageiros de Deus?
Não será
que ao pretendermos que a racionalidade de Simão Toco e dos Mensageiros sirvam
de modelo da racionalidade Tocoista,
estaremos a elevar e exigir muito dos Tocoistas? Ou estamos a ser irracionais
ao julgarmos os Tocoistas desta maneira, isto é, como um ser puramente espiritual?
Ora
vejamos:
1.Em Setembro 1946, logo após a Conferência
Missionária de Leo-poldville, Toco cria
a ACPZ – Asso-ciação do Conselho das Populações do Zombo e apresenta aos
Tocoistas do Coro de Kibokolo e não só, um PROJECTO
DE SOCIEDADE a ser implementado em Angola, que passa-va pela formação de
médicos, engen-heiros, formação de médicos, engen-heiros, técnicos,
professores, etc. Para tal, previa-se
bolsas de estudo para os jovens no estrangeiro, prefe-rencialmente para os EUA
e ao mes-mo tempo implementa vários cursos na Igreja Baptista para todos angola-nos
na diaspora, até para os não baptistas.
2. De seguida, contacta um professor Ruandês chamado Vada Paulo e passa a ministrar-se o
curso de Inglês aos membros desta Asso-ciação e que contou inclusive, com a
participação de cidadão Congoleses e funcionários publicos. Mas pos-teriormente
regista-se uma traição e o Professor foi repatriado para o Ruanda. Este foi o
primeiro repra-triamento produzido no Tocoismo.
3. Outra
acção evidente: Toco neste periodo
(1946-1949) pegou nos livros que existiam, quer na Igreja Baptista como noutras
e teve a paciência de traduzi-los do Frances e Português para o Kikongo, e como
não tinham dinheiro para manda-rem fazer cópias ou mesmo livros, cria o Grupo
dos Anciens eléves, solicitando a
todos aqueles que sabiam escrever, para que fizessem varia cópias à mão e
entregassem aos demais. E para os que não sabiam ler, havia pessoas que se
dedicavam a fazer leitura a estes irmãos, de tudo que estava escrito nestes
livros, isto, para que todos tivessem o mesmo conheci-mento.
Este pensamento de Toco é racional e é um
pensamento que devia ser imitado por todos os Tocoistas. Mas o quê que aconteceu depois do repatriamento
para Angola em 1950?
Pessoas
que já tinham um grau aca-dêmico acima da 1ª, 2ª, 3ª Classe, pessoas que já
sabiam escrever e copiar, não puseram a funcionar o seu QI em prol dos feitos do Tocoismo, disper-diçando todo um manacial
de oportuni-dades racionais. Se formos verificar bem nesta geração de
Tocoistas, desde o Norte ao Sul, do Congo onde Toco partiu até Luanda, do Loge
à Benguela onde foi desterrado uma parte do grosso dos membros do Coro de
Kibokolo e dos 12 Mais Velhos, pratica-mente não encontramos nenhuma iniciativa
intelectual ou a continuidade da iniciativa literária de Simão Toco, salvo, os
ex-discipulos de Toco que não foram repatriados para Angola e que procurando
materializar o projecto da ACPZ, criam a ASSOMIZO e mais tarde a ALIAZO que se
torna no partido PDA.
Do
Bembe, nós temos a Carta Aberta de Toco
e o hino “Oh Mfumu Yisu vava kevutuka”. No Congo, tirando o resumo sobre
a Conferência de 1946 elaborado em Kikongo e em Português por Toco e os
próprios materiais que Toco escreveu e os hinos, que outros documentos escritos pelos Tocoistas temos?
Em
Luanda vamos encontrar apenas as duas brochuras manuscritas pelo Ancião Sansão Afonso, que só se
desperta depois do regresso triunfal do Dirigente em 1974. Desde 1949, Toco foi
falando tanta coisa e ninguém registou o que ele disse.
7. Redactores dos «Ditos» de Toco
Quanto
aos Redactores ou Escreventes, vamos encontrar aqueles que de uma ou de outra
forma conseguiram conservar registos sobre os «ditos» e «feitos» do Dirigente
ao longo das ultimas cinco decadas. Destes, desta-cam-se Makolokila João e Vuaituma
Sebastião em Benguela, Pedro Mumbela,
General Dikenga, e outros Anciãos no Loge e Ntaya, os irmãos Fernando e Henriques Alvaro em Luanda
(1963 e 1974-76). Esperamos em próximas pesquisas encontrarmos outros, pois
temos a certeza existirem muito mais.
de
Tocoistas, porque os milhares de elementos que assistiam as pregações de Toco,
ninguém teve a iniciativa de registá-las e conservá-las.
Os actos
públicos de Toco de 26.07.1949, de 10.09.1949, 22.10. 1949, os acontecimentos
ocorridos du-rante a prisão e o repatriamento (22.10.1949 - 06.04.1950), no
Vale do Loge (1950), em Luanda (Novembro e Dezembro de 1950), no Sul de Angola
de 1950 à 1962, em Maquele, Bembe, Damba, Kibokolo, Kimbata, Sanza, Puri,
Negage, etc em 1962, em Luanda (1962-1963 e 1974-1984), no Luena em Novembro de
1974, no Ntaya em 1975, em Kinshasa (Março de 1975) e em Cabinda (1975 e 1976).
Os Tocoistas que estiveram presentes nestas localida-des, bem poderiam registar
o que ele disse e fez. Mas quase nada temos em termos de registos.
8. Escristores dos «feitos» de Toco
Na
verdade, está dificil descrever os feitos de Toco, porque a iliterância não
permitiu que todos os factos e acon-tecimentos estivissem reunidos e organi-zados
em brochura antes da morte do Dirigente e este trabalho arduo está em curso.
Para tal, foi necessario cruzar varias fontes prima-rias e secundarias sobre
Toco, a saber, as pregações, anuncios, epistolas e relatórios do Diri-gente, os
depoi-mentos dos Anciãos, os relatorios da Igreja, tal como o Taber-naculo, com
os arquivos da PIDE.
9. Inacção dos Tocoistas com um certo nivel
academico
Mas é visível que no Tocoísmo, há
muitos irmãos que não passaram numa Academia ou Faculdade, mas que realizaram
obras que muitos Doutores, Mestre ou Engenheiro mesmo com os seus conhecimentos
tecnico-científicos não conseguem fazer, isto por via de Toco, do Tabernaculo
ou daquilo que é a dimensão da obra
espiritual recebida pelos Tocoístas.
O homem do mundo gosta envaidecer-se e medir graus; gosta de medir poderes e conhecimentos. O homem criado por Deus sem o seu consenti-mento,
tornou-se muito orgulhoso. Muitos jovens Tocoístas abandonaram a Igreja pelo
simples facto de saberem que já possuíam o 4º, 5º ano e Simão Toco ter apenas
estudado até o 2º ano do Liceu.
Então
para eles, sabiam mais do que o próprio Simão Toco. E com os
graus académicos que detinham, eles já trabalhavam e auferiam bons salários e
muitos destes irmãos foram achando que estar no Tocoísmo era uma perca de
tempo.
E como o Tocoísmo está cheio de limitações,
eles achavam que estas limitações (preceitos e normas), eram fúteis e que não
tinham razão de ser, como temos vindo a falar de muitos que tomaram filiações
partidárias e pressio-nam a Igreja para
que se bane o preceito da não filiação partidária e satisfazer deste modo
os caprichos humanos. Então, os nossos caprichos tornaram-nos incrédulos e
Satanás apro-veita-se disto. Foi isto que aconteceu entre os Tocoístas desta
epoca.